Não é novidade que a Bahia é conhecida por suas praias paradisíacas, repletas de alegria e cultura. Mas, nos últimos anos, um detalhe começou a incomodar tanto turistas quanto moradores: o som alto nas praias. Aquela tranquilidade de ouvir as ondas do mar foi, em muitos lugares, substituída por caixas de som portáteis tocando de tudo, de pagodão ao funk, muitas vezes competindo entre si.
A coisa ficou tão fora de controle que parecia não haver solução à vista. Até que surgiu uma figura inusitada: um argentino, apaixonado pelo litoral baiano, que decidiu fazer algo a respeito.
Ele percebeu que a abordagem para resolver o problema não poderia ser baseada apenas em regras ou proibições — isso só geraria conflitos e resistência. Então, com um pouco de criatividade, ele desenvolveu um projeto que une educação, tecnologia e cultura local.
O ponto central foi criar zonas de “praias silenciosas”. Essas áreas foram sinalizadas com placas que explicavam a importância de preservar o som natural da praia e incentivavam o uso de fones de ouvido para quem quisesse curtir música. Além disso, ele organizou eventos musicais controlados em horários específicos, permitindo que a música fizesse parte da experiência sem prejudicar quem buscava sossego.
A iniciativa ganhou força porque envolveu os próprios barraqueiros, turistas e comunidades locais. Em vez de impor, ele dialogou. Organizou rodas de conversa, usou as redes sociais para divulgar a ideia e, com o tempo, transformou algo que era motivo de incômodo em uma mudança cultural.
Hoje, o projeto é um sucesso e está sendo replicado em outras praias do Brasil. O argentino provou que, com respeito à cultura local e um pouco de inovação, é possível transformar até os problemas mais desafiadores em oportunidades de convivência harmoniosa.
Quem diria que um gringo seria o responsável por devolver à Bahia aquele som que nunca deveria ter sido abafado: o som do mar