A tradição, a fé e a alegria tomaram conta dos moradores de Feira de Santana que, na manhã desta sexta-feira (17), se reuniram para participar da famosa Lavagem do Bonfim, em Salvador. O evento, que ocorre anualmente, marca o início do calendário festivo da Bahia e é considerado um dos maiores atos de devoção popular do estado.
Desde cedo, caravanas partiram de Feira rumo à capital, reunindo famílias, amigos e grupos culturais que não mediram esforços para estar presentes nesse dia tão especial. Vestidos de branco, simbolizando paz e renovação espiritual, muitos levaram flores, fitinhas do Senhor do Bonfim e até oferendas como forma de agradecimento ou pedidos ao santo.
A Lavagem do Bonfim é muito mais do que um evento religioso. É um momento de encontro, de celebração das raízes afro-brasileiras e de renovação das esperanças para o ano que se inicia. Quem esteve presente pôde sentir a energia vibrante dos cânticos, tambores e rezas que ecoaram ao longo do cortejo.
“A gente vem todo ano. É uma tradição de família. Mesmo sendo de Feira, eu não perco por nada esse momento de fé e alegria”, contou Dona Marinalva Souza, de 58 anos, que fez questão de sair na madrugada para acompanhar o cortejo desde o início.
Os feirenses, conhecidos por sua hospitalidade e animação, se destacaram durante o percurso, carregando faixas e organizando pequenos blocos que misturavam samba de roda, capoeira e músicas típicas da cultura baiana. “É um orgulho representar Feira aqui. É como se estivéssemos levando um pedacinho da nossa cidade para o Bonfim”, destacou João Batista, líder de um dos grupos culturais presentes.
A caminhada de aproximadamente oito quilômetros, que vai do bairro do Comércio até a Colina Sagrada, foi marcada por muita emoção. Ao chegar na Igreja do Bonfim, muitos se emocionaram ao jogar água nas escadarias, simbolizando a purificação e renovação espiritual.
Para os moradores de Feira de Santana, a Lavagem do Bonfim é um marco não só religioso, mas também cultural, reforçando os laços entre as cidades e celebrando a riqueza do povo baiano. “É cansativo, mas vale a pena. A energia que a gente sente aqui é indescritível”, resumiu o estudante Rafael Oliveira, de 23 anos.
E assim, mais um ano, Feira de Santana marcou presença nesse evento que, mais do que nunca, reforça a identidade e a fé do povo da Bahia.